Como titular...

[...] quando o assunto é um tanto quanto tenso?

Especialistas indicam que é possível identificar a depressão se a pessoa: se sente triste a maior parte do tempo e dos dias, perder o interesse pelas atividades que curtia, inquietação com movimentação lenta, sentir-se um peso morto ou então ter muitos pensamentos negativos e de culpa, e pode inclusive ter pensamentos suicidas. Se isso perdurar por duas semanas, a pessoa pode se considerar deprimida.

Basicamente, são dois, os tipos de depressão: a monopolar e a bipolar. A depressão monopolar (termo não oficial) é aquela em que a pessoa só tem momentos depressivos, enquanto na depressão bipolar a pessoa alterna entre fases deprimidas e maníacas, de exaltação e alegria ou irritação do humor.

A Causa exata da depressão, ainda é desconhecida. Uma explicação correta (científica) é de que a depressão, é causada pelo desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor, afirmação baseada na eficácia dos antidepressivos. Porém, esse fato não exclui a necessidade de um acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. Existem os chamados "eventos desencadeantes", que levam a pessoa a um estado avançado de tristeza, onde ela perde a esperança e "se conforma" com aquilo. São eventos estressantes que podem ter acontecido há muito tempo ou então, no início da fase depressiva (quando a tristeza ainda não era tão grande). Acontece que esses tais eventos não devem ser responsabilizados pela manutenção do estado depressivo, já que na prática, a pessoa deveria se recuperar de todo e qualquer revez com o tempo, é só observar ao seu redor, observar você mesmo: sempre que você leva um "tombo", logo você se recupera. Não fosse isso, TODAS as pessoas do mundo estariam "caídas" até agora.

Esses estresses maiores, provavelmente atingem com mais forças as pessoas mais vulneráveis. Agora, o que as torna vulneráveis ainda é objeto de estudo. A genética é muito estudada (pelo fato de os gêmeos idênticos serem muito mais depressivos do que os gêmeos não idênticos, por exemplo), mas, trabalhos indicaram que mais do que ela, o ambiente durante a infância pode predispor muito uma pessoa à doença.

Eu, me deparei com a Depressão ainda criança, quando minha avó ficou doente. Depois, no ensino médio, tivemos Psicologia na grade e o assunto foi abordado. Depois de grande e com certos apuros amorosos, eu li sobre isso, tentando diagnosticar se eu estava bem ou se já estava muito mal, e como estão lendo eu falando sobre Depressão, é sinal de que em nenhum momento, apesar de estar mal, eu cheguei a me deprimir de verdade.

Pois bem, falar de depressão é, antes de mais nada, defini-la como DOENÇA e aborda-la de forma consciente.

É certo que todas as pessoas terão seus altos e baixos. Existem algumas situações a que as pessoas são mais vulneráveis, e as explicações são inúmeras, desde traumas da infância, até frustrações repetidas ou recentes. Assim como as oscilações, a ajuda dos amigos podem ser consideradas fatores certos na vida do ser humano. Isso é natural e espontâneo de nós, como pessoas, mas, se não souber o que a pessoa realmente passa, é impossível ajudar. O melhor conselho é indicar um especialista.

Mas, como fazer para identificar se a pessoa está abatida ou deprimida?

Uma analogia interessante, seria comparar a situação Depressão x Tristeza com a Clima x Tempo:

Clima é o indicador maior, que determina os níveis normais de temperatura e fenômenos naturais em uma determinada região, enquanto o Tempo é uma pequena variação. Enquanto na Linha do Equador tem sol e calor o ano todo, nos Polos é sempre frio e sem sol. A temperatura pode cair e pode chover na Linha do Equador, bem como a temperatura pode subir levemente ao fazer sol nos Polos. Mas isso não dura muito tempo. Então, apesar do frio, a Linha do Equador voltará a ter calor e sol, e nos Polos a galera voltará a para seus abrigos assim que o tempo fechar. Certo?

Co-relacionando: O Clima é o estado de humor, enquanto o Tempo é a variação que pode acontecer com esse humor. Clima Tropical para uma pessoa "normal", e o Polo para uma pessoa com depressão. Uma pessoa deprimida terá dias bons ou dias ruins assim como uma pessoa que não está deprimida. Se uma pessoa acostumada ao Clima Tropical, vir uma foto de sol num Polo Frio, ela vai pensar que fez calor digno de tirar a blusa, e esse engano é fatal. Apesar de as variações serem semelhantes, a manifestação final é totalmente diferente: É o mesmo que comparar um leve baixo astral com o quadro depressivo, o baixo astral vai passar com alguns dias, enquanto a depressão precisa de tratamento por remédios e acompanhamento psiquiátrico.

Nem mesmo tendo passado por algo parecido é possível saber o que a pessoa triste sente realmente, e nem mesmo o médico consegue sentir isso.

A diferença é que ele sabe qual caminho trilhar para curar e recuperar a alegria e a motivação da pessoa, enquanto os amigos tentam, por vezes em vão, incentivar uma mudança de postura urgente, sugerindo: distrações, novas tarefas, até novos amores, enquanto o que a pessoa precisa de verdade é um pouco de atenção, pois precisa de uma ajuda especializada.

Não dá pra diagnosticar sem um profissional, mas, se as pessoas conhecerem de verdade a si mesmas ou umas às outras, elas saberão qual o seu "Clima" natural, e como costuma oscilar o "Tempo" delas. Percebendo alterações no "Clima", é hora de procurar ajuda ou hora de ajudar.

Existem sintomas que merecem atenção se observados, apesar de a depressão se apresentar de várias formas, pode-se pedir ajuda assim que forem notados os Sintomas Centrais:

Perda de energia ou interesse;

Humor deprimido;

Dificuldade de concentração;

Alteração de apetite ou do sono;

Lentificação das atividades físicas e mentais;

Sentimento de pesar ou fracasso;

Além desses, podem apresentar Sintomas Corporais, sendo:

Desconforto nos batimentos cardíacos;

Constipação;

Dores de cabeça; e

Dificuldades digestivas; os principais entre eles.

Mas, sem um diagnóstico médico, as pessoas sempre terão explicações para justificar esses 'pequenos' problemas que elas estão a passar. É importante ressaltar que tudo isso acontece gradualmente, sendo difícil identificar todos esses sintomas ao mesmo tempo. Essa doença é tão traiçoeira, a ponto de alguns sintomas desaparecerem e a pessoa aparentar uma melhora voluntária, quando na verdade, ela começa a passar por outros sintomas sem apresentar uma continuidade ou regularidade. E é por isso que sempre pensamos que a pessoa está somente triste e que pode melhorar com um pulo. Daí a importância dum conhecimento verdadeiro entre as pessoas: Identificar a alteração brusca do humor é o primeiro passo, e talvez o que revele melhor a situação depressiva.

E o que temos a ver com isso?

O Cientista Fábio Gandour, publicou recentemente que “Haverá um alto grau de frustração na geração Y”, após estudo na IBM Brasil (Pesquisa com resultado a ser divulgado no final do ano), onde uma funcionária confirmou o porque, dizendo que "Nós (geração Y) queremos subir na empresa sem perder um dia de diversão. Vamos combinar que é impossível?”.

Essa informação, é explicada por Brenda Fucuta com a seguinte análise: Depressão, frustração, decepção serão sentimentos mais comuns no mundo daqui a duas décadas, quando os Y que quiserem fazer seu primeiro milhão aos 25 e chegar à presidência aos 30 não conseguirem o seu objetivo.

A Psicologa Tatiana Kielberman, vai mais além, dizendo que atualmente, a nossa alegria de viver, com toda essa euforia, pode ser uma máscara para a depressão. Explicando que exatamente por 'não termos motivos para nos deprimir' é que vem a cobrança pelo sucesso, e apesar dele ser alcançado, não é aquilo que nós realmente queremos para nós, justificando que pra maioria das coisas que fazemos, é para satisfazer às expectativas de nossos pais, que tanto investem em nós...

Essa é uma das doenças considerada, por muitos, o Mal do Século. Claro que existem tantas outras doenças, pragas e desastres que podem acontecer, mas, de depressão deve ser a forma mais dolorosa de morrer... Dá agonia só de pensar, por isso vou finalizar.

Lembrando a você que se em algum momento a tristeza bater, não é hora de amolecer. É hora de sentar e pensar no que mais pesa na sua vida, resolver as pendências pelo grau de dificuldade: primeiro as mais simples, e por ultimo as que te tomarão mais tempo. Jamais nos livraremos dos problemas e demais situações adversas. O que tem que ficar claro é que você, e somente você, pode se bloquear dos efeitos que a vida pode te causar.

Referências:

Dr. Rodrigo Marot

Brenda Fucuta

Psicologa Tatiana Kielberman

Tema sugerido pelas queridas Duda Pantolfi e Iza Oliveiros.