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Cicatrizes...

[...] onde estão as nossas?

Em várias circunstâncias nossas escolhas são determinantes para o sucesso ou a falha. Essa segunda, quando acontece, provocam nossos tombos e dão origens às marcas no corpo, aquele sinal que te faz lembrar o quanto doeu e o quanto demorou pra sarar. Não só as marcas exteriores, mas também aquelas que marcam o coração... Essas são as nossas cicatrizes.

É estranho procurar cicatrizes, afinal de contas, elas representam um momento de fraqueza, e naturalmente não queremos que as pessoas percebam o quão humanos somos, e normalmente, tentamos esconder nossas marcas... Mas, embora elas tragam lembranças não muito agradáveis, é besteira tentar se desfazer delas, é impossível.


Nossos pais, por vezes, tentam nos proteger dos tombos, dando conselhos, dizendo onde podemos mexer e de onde devemos ficar longe alertando que "machuca". Isso afeta o comportamento de toda uma geração, se pararmos para pensar.


Nós jovens, somos sempre pressionados a ser sucesso, o destaque. Nossos pais investem na gente, pagando escolas e cursos, para obtermos títulos e qualificações que nos coloquem à frente dos outros, com um diferencial para seguirmos em frente e rumo ao sucesso. E, é bem por isso que nossas falhas são punidas com certo rigor, sendo a vitória a unica possibilidade aceita. Há baixa tolerância aos nossos fracassos e se eles representarem perdas, as escolhas são adiadas e são evitados os riscos que podem nos trazer uma cicatriz.

Quem ama protege, mas, há de entender que não se pode segurar e proteger pra sempre.

Como aprenderemos a viver se não nos deixarem viver? Alguns aprendizados não são absorvidos somente com as palavras de alerta. O tombo, a perda, o insucesso é fundamental para um aprendizado verdadeiro, uma experiência real que pode trazer os benefícios a longo prazo: a construção de um carácter digno, de uma pessoa que sabe onde pisar e que vai saber decidir entre tantas coisas, aquilo que trará um bem maior para ele ou para o mundo.

Cada pessoa é única, e o certo pra você pode não fazer o mesmo efeito em mim...
Somos livres para sentir, dizer e fazer o que quisermos, mas seremos eternamente escravos daquilo que escolhermos.

(in)Felizmente, essa é a vida.


Podem nos ensinar de tudo, nos prevenir e alertar sobre todos os males desse mundo, mas, com certeza, só iremos evoluir à medida que tivermos nossos próprios tombos, causadores de nossas próprias cicatrizes: as marcas que vão nos dizer quem somos daqui em diante.

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